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Ailton Anamogutus

E se o fluxo da inspiração não me permitisse criar um titulo?


Creditos de imagem: Wolfgang Rottmann

Algumas vezes me pego pensando em como minha awen fluí. Em como meus textos vêem a mim pelo sopro em meus ouvidos. Sopro cujo ar perpassa entre as árvores, me trazendo a sabedoria das antigas vivências. E portanto, penso na quantidade de minha produção escrita.


Permita-me viver o pulsar da vida, o canto dos ventos e a dança dos seres! Pois minha inspiração vem de um lugar que nem ao menos sei explicar. Com uma frequência que não sei lhe mostrar. E quando ocorrerá, não tenho poderes para imaginar, nem ao menos questionar.


“Implícita” está a forma como os seres mundanos vêem o mundo. ”Redundante” é a forma para explicar como, nós em nossa grande maioria, nos esquecemos do pulsar e do fluxo. ”Previsto”, é a palavra que uso para descrever como, aos poucos, fizemo-nos sair do ritmo para criar uma rotina. ”Entrelinhas” é a forma como me sinto julgado por não seguir o “previsto”, ou apenas a forma como interpreto as pessoas, já que acredito que em prática elas podem ser diferentes do que penso.

Permita-me viver o pulsar da vida, o canto dos ventos e a dança dos seres! Pois minha inspiração vem de um lugar que nem ao menos sei explicar. Com uma frequência que não sei lhe mostrar. A inspiração tem em cada um, uma forma de tocar.


Pois a valorização do que escrevo não se encontra em uma frequência, não consigo fazê-la. Pois meu aprendizado não está nas técnicas vigentes, não consigo segui-las. Minha forma de ser não se adequa aos modelos propostos, por vezes apenas parcialmente os incorpora. E minha forma de fazer arte não me faz sentir culpado, faz-me engrandecer a alma.


Não saístes à floresta e ouvistes uma belíssima canção de pássaros todo dia. Nem todos os dias são sol e a maré pode jogar-se furiosa em cima de teus ombros. A lua às vezes some, o sol às vezes esfria e trovões às vezes ensurdecem. Então, para que conheçamos as dádivas é preciso que o céu insinue cair sobre nossas cabeças.


Portanto, permita-me viver o pulsar da vida, o canto dos ventos e a dança dos seres! Pois minha inspiração vem de um lugar que nem ao menos sei explicar. Com uma frequência que não sei lhe mostrar. E com uma beleza e força que jamais poderão julgar!


Ailton Anamogutus

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Resolvi sair da árvore, dividir minha magia, soprar o suspiro dos Deuses.
Dessa forma espero cumprir meu destino junto ao Divino, pois sou uma coruja e meu papel no mundo não é guardar minha sabedoria, mas 
dividi-lá com os filhos da terra, os filhos da senhora das jornadas e de tantos outros Deuses antigos!

Sintam-se acolhidos, dentro deste ambiente sagrado, abençoados sejam três vezes!!! Adentrem o caldeirão da Anciã da floresta e apreciem a viagem ao seu próprio interior.

Saudada seja Cerridwen!

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